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Perdas Compartilhadas

 

O começo desta história

A ideia do livro chegou pouco tempo depois da perda da Nicole, minha primeira filha. O livro não seria somente sobre a nossa história e sim uma coletânea de histórias envolvendo luto parental. Cada capítulo, uma história, com sua alma respeitada. O luto é singular e construído fio a fio, cada qual no seu tempo e do seu jeito.

No período que iniciamos a produção dos textos, organizamos encontros para compartilharmos a experiência do processo de escrita e através de cada etapa da construção dos capítulos pude constatar:

 

Que havia um hiato entre a palavra escrita e a palavra falada: era como se cada um de nós estivéssemos contando as nossas perdas pela primeira vez. A começar pela dificuldade encontrada para escrever sobre a perda do filho e o quão intenso e doloroso era revivê-la no papel. A impressão era de estar tocando numa parte da dor ainda desconhecida, além da já sentida. A intensidade e a forma das emoções eram percebidas como diferindo se comparadas quando expressas pela fala.  

Que após o período de desconforto: continuando a escrever e reescrever os episódios que constituem esta perda, esgotando o que precisava ser expresso, havia um processo de organização interna e elaboração desta história mais estruturada dentro de si, mais visível, trazendo novas possibilidades para reorganizar o que foi vivido.

 

A partir da curadoria e acompanhamento do processo de construção dos capítulos, ficou cada vez mais evidente para mim que a escrita oferecia um caminho de expressão e elaboração com assinatura própria.

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